Protesto de professores e estudantes contra privatização do ensino é realizado Goiás
No último dia 19, cerca de 500 estudantes e professores protestaram contra a proposta do governo do Estado de Goiás, de implantação de Organizações Sociais (OSs) na administração das escolas estaduais. Os manifestantes fecharam o anel interno da Praça Cívica em frente ao Palácio do governo, em Goiânia. O governo planeja a execução de um sistema que pretende entregar às OSs 25% das cerca de mil escolas estaduais.
O objetivo o protesto, além de denunciar as medidas do governo, era pleitear uma reunião com a Secretária da Educação do estado. Mas a manifestação terminou após a Polícia Militar jogar água nos manifestantes. Segundo o professor de educação física, Álcio Crisóstomo, a polícia jogou “água de esgoto, muito fedida e suja, para apagar as chamas. Depois jogou nos manifestantes”, relatou.
No dia anterior à manifestação, a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) informou que as OSs começarão a atuar no estado no início de 2016. Para a secretária de Educação, Raquel Teixeira, o desempenho das escolas agora tem uma perspectiva de melhora, pois “nossos diretores estudaram letras, pedagogia, não foram formados para ser gestores”.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Maria Euzébia de Lima, a Bia, “educação é uma tarefa do Estado enquanto ente público. Quem quiser abrir sua própria escola, que a submeta ao conselho de educação e coloque quem quiser para gerir. Mas na escola pública, não. Isso é um absurdo”. A entidade entrou com uma ação na Justiça para impedir a privatização das escolas.
Bia ainda afirma que a Seduce publicou em abril um edital para essas organizações, mas “como não apareceram interessados, o governo está estimulando a formação dessas organizações”. A presidente do Sintego denuncia que o estado não abre concurso para professores há seis anos e o último concurso para o setor administrativo das escolas foi há 15 anos.
O Governo Federal, através do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em junho deste ano, deu respaldo legal para essa política, ao considerar como investimento público a concessão de bolsas e subsídios à iniciativa privada e não impor limites ao repasse de verba pública a essas instituições. Iniciativas como a do governo de Goiás estão se espalhando e estados como Pará e Espírito Santo também começam a formular propostas neste sentido.
jornal Hora do Povo - SP