PORQUE O GOVERNO QUER MUDAR A PREVIDÊNCIA :  "se a Previdência não passar vai faltar dinheiro para os bancos" (Meireles )

Na exposição e nas propagandas enganosas veiculadas na mídia, o governo tem sustentado que sem reforma a Previdência ficará inviável em 2060. Por isso, é de um cinismo atroz a declaração do sr. Meirelles de que se a reforma não for aprovada ainda no primeiro semestre deste ano a recuperação da atividade econômica será afetada.
“Se por ventura alguma reforma... for deixada para agosto, não é o ideal”, disse a jornalistas em evento em São Paulo, na quarta-feira (10). “Esses dois meses podem ser muito importantes para a expectativa e o crescimento econômico”, afirmou.
O que trava a retomada do crescimento econômico não é a Previdência, mas os juros extorsivos, os maiores do mundo, assim como o corte dos investimentos públicos. A Previdência, além de ser um fator de distribuição de renda, serve inclusive para dinamizar a economia nas pequenas cidades, principalmente no Nordeste.
Misturando alhos com bugalhos, Meirelles asseverou que o texto da reforma aprovado na Comissão Especial da Câmara garante a “ajuste” fiscal: “A reforma como está hoje, está dentro daqueles parâmetros que garantem o ajuste fiscal. Evidentemente, mudanças excessivas podem prejudicar a reforma”.
Ora, o Orçamento da Previdência não tem nada a ver com o Orçamento fiscal. A Previdência têm fontes de receita próprias: as contribuições dos trabalhadores e das empresas, mais a Cofins, CSLL e PIS/Pasep.
Em outro evento, o ministro da Fazenda de Temer ameaçou com aumento de impostos caso não seja aprovada a reforma. Na verdade, quer enquadrar na marra os parlamentares para votarem a favor do esbulho à Previdência.
“A economia brasileira estava claramente desajustada até um ano atrás. Tínhamos um país em recessão profunda e com desemprego elevado, com inflação alta e juros altos. Isso é resultado de uma economia completamente desorganizada”, declarou. E teve a cara de pau de dizer que a economia está se ajustando e “as coisas estão chegando no lugar”. A economia não estava desajustada somente há um ano, mas desde 2011, quando o governo Dilma, da qual Temer e vários dos atuais ministros faziam parte, aderiu ao neoliberalismo, da qual o sr. Meirelles é adepto – e praticou na presidência do BC no governo Lula e agora no Ministério da Fazenda. Haja óleo de peroba.
VALDO ALBUQUERQUEHora do Povo