No Rio Grande do Sul, estudantes denunciam "ajuste" fiscal do governo


Estudantes nas ruas exigem: “Fora Dilma e fora Cunha!”
11 de Agosto é marcado com protestos em repúdio a “arrocho fiscal” do governo
Nesta terça-feira, 11 de agosto, milhares de estudantes foram às ruas de São Paulo, Porto Alegre, Natal, Belo Horizonte, entre outras capitais, em manifestação pelo Dia do Estudante contra o “pacote neoliberal” do governo Dilma.
Em São Paulo, a marcha, que ocupou uma das vias da Avenida Paulista, foi organizada pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-SP), junto com outras entidades, como a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), além dos movimentos Mutirão, Juntos, Vamos à Luta, Rua, UJC (União da Juventude Comunista) e UJR (União da Juventude Rebelião).
Durante a concentração no vão livre do Masp, o presidente da UMES, Marcos Kauê, liderou a agitação no carro de som, afirmando que “este 11 de Agosto é apenas o início de nossas mobilizações contra a política de arrocho da Dilma que está destruindo a nossa Educação, e está acabando com direitos sociais e trabalhistas conquistados com muita luta”.
Enquanto seguiam em passeata pela Avenida Brigadeiro Luis Antonio até o Largo São Francisco, local histórico das comemorações do Dia do Estudante, os manifestantes entoavam palavras de ordem denunciando a política do governo federal a favor dos bancos, como “Ô, ô, ô, Dilma, mãos de tesoura, cadê a Pátria Educadora?”, “É ou não é piada de salão? Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação!”, ou “Os estudantes de São Paulo tomaram a decisão, agora é menos juros e mais educação!”.
Para Katu Silva, diretor da UNE, “hoje são milhares de estudantes dizendo um basta a essa política, porque não vamos aceitar esse retrocesso. Já fomos para a rua tirar um presidente antipatriota, e agora temos que aguentar ele senador da República, com Ferrari, Lamborghini, comprados com dinheiro público enquanto o povo brasileiro sofre. Então esse aqui vai ser o primeiro ato de muitos que nós vamos fazer”.
Além das faixas pedindo “Fora Dilma, Fora Temer, Fora Cunha” e cartazes contra a redução da maioridade penal e contra o desmonte da educação em São Paulo, estudantes se fantasiaram de Dilma, Serra-vampiro, Alckmin (com nariz de Pinóquio e chuveiro com água) e um Collor com direito até a uma Ferrari de papelão.
Camila Souza, do movimento Juntos, denunciou que “os poderosos querem fazer com que a gente acredite que só há duas alternativas, a de defender esse governo nefasto do PT que tem aplicado uma política de direita, que tem privatizado, cortado da Educação e o direito dos trabalhadores, ou quer que a gente acredite que a única saída é apoiar a direita, o Aécio, o Cunha. Mas nós sabemos que nem o PT, nem o Cunha, nem o PSDB e o Aécio representam o desejo de construir um novo futuro”, ressaltou.
Julia, da ANEL, ressaltou que “nós estamos aqui nesse dia contra a política do governo do PT, contra a política do ajuste fiscal”. “E também dizemos que não aceitamos a alternativa que o PSDB quer fazer passar, por que eles têm a mesma política. Alckmin e Dilma estão juntos no ataque à juventude e aos trabalhadores. Não vamos aceitar nenhum direito a menos!”.
Pela UEE-SP e movimento Mutirão, Guilherme Bianco apontou que “é chegada a hora da juventude tomas as ruas. Por que daqui ninguém vai tirar a gente. São bilhões de reais que estão sendo tirados das nossas salas de aula, do salário dos professores, do bandejão, do auxílio-moradia, tudo para encher o bolso dos banqueiros”.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, os estudantes também marcharam contra o arrocho e os cortes do governo. Os estudantes partiram do Colégio Protásio Alves e seguiram pelo centro da cidade, finalizando no Palácio Piratini, sede do governo estadual.
Segundo Leticia Moreira, presidente da UGES (União Gaúcha dos Estudantes), “Dilma vem sufocando a juventude e trabalhadores com o aumento da taxa de juros que garante lucros cada vez maiores aos bancos. No caso da Educação, foi cortado, em 2015, R$ 10,4 bilhões, ao mesmo tempo foi repassado R$ 225 bilhões aos bancos, através das taxas de juros. Estamos aqui para denunciar esse pacote que está afundando nosso país”.
Participaram das marchas também diversas entidades do movimento social e partidos políticos, como a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a CSP-Conlutas, os movimentos “Para Todos”, “Água sim, lucro não”, o “Coletivo Construção”, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e lideranças do PPL, PSOL, PSTU, PCB e PCR.