1 milhão de alunos migram de escolas privadas para públicas

 A retração econômica causada pelo governo Dilma fez com que mais de 1 milhão de estudantes migrassem das escolas particulares do país para a rede pública desde 2015. Segundo a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), a rede privada perdeu 12% dos mais de 9 milhões de alunos que tinha em 2014, segundo o censo escolar.
Para Roberto Geraldo Dornas, presidente da Confenen, apesar de já terem sentido os efeitos da crise no ano passado, as famílias ainda optam por efetuar cortes em outras despesas no orçamento doméstico antes de decidirem pela troca de escola. “Quem coloca o filho na particular vê esse gasto como prioridade, um investimento. Por isso, tirar o filho da escola é a última alternativa”.
Foi o que aconteceu com a professora Pérola do Amaral, de 41 anos, que estava com dificuldade para pagar a mensalidade das duas filhas, de 7 e 11 anos de idade, desde o segundo semestre do ano passado. Em janeiro, o marido perdeu o emprego e a família soube de imediato o que era preciso fazer: transferir as meninas para a rede pública de ensino. “A gente gastava mais de R$ 1 mil por mês de mensalidade e ainda tinha despesa com material, uniforme, transporte e alimentação. No ano passado fizemos de tudo para mantê-las na escola, mas não deu para segurar”, disse a mãe. O marido conseguiu um novo emprego, mas com salário menor, por isso, voltar as meninas para rede privada ainda não é uma opção.
Segundo Dornas, no ano passado, a Confenen chegou a estimar que a rede privada poderia perder até 20% dos alunos, mas, segundo ele, as empresas fizeram um esforço adicional para negociar alternativas com as famílias. “As escolas sabiam que seria um ano difícil. A inflação está muito alta, houve aumento de luz, água, internet e seria impossível não repassar para as mensalidades”. 
FECHAMENTO DE SALAS 
O número de estudantes aumentou inclusive em São Paulo, onde o governo estadual argumentou uma sobra de vagas para fazer a sua “reorganização escolar”, que previa o fechamento de 193 escolas em todo o estado. Um levantamento da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo apontou que, apenas no ano passado, as redes estadual e municipal receberam 200 mil alunos que vieram das escolas particulares.
Outro levantamento, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), divulgado no último dia 25, revela que o número de salas de aulas que foram fechadas, apenas neste ano de 2016, na rede pública de todo o estado, chegou a 1.363. O que vem sendo chamado de “reorganização disfarçada” por professores e