Atraso no repasse de verba deixa UNB sob risco de corte de energia
A Universidade de Universidade de Brasília (UnB) vai encerrar o ano com um déficit de R$ 60 milhões”, anunciou o decano de Planejamento e Orçamento, César Augusto Tibúrcio, na última reunião do ano do Conselho de Administração, na última quinta-feira (11). O motivo: o atraso nos repasses do governo federal para a instituição.
Segundo César Augusto, restam apenas R$ 500 mil em caixa. A UnB decidiu então não comprometer os pagamentos de trabalhadores terceirizados e prestadores de serviço. Por isso, as contas de água e luz serão pagas com atraso.
A instituição projeta um orçamento de R$ 1,6 bilhão para 2015. Cerca de R$ 1,13 bilhão é destinada ao pagamento dos servidores ativos e aposentados. A verba destinada ao custeio é de aproximadamente R$ 485 milhões, com previsão de R$ 79 milhões para investimentos.
Além do déficit na UnB, o governo federal atrasou neste ano o repasse de recursos para as redes públicas de ensino básico.
Os governadores calculam que a União não repassou R$ 2 bilhões a Estados e municípios neste ano.
O programa com o maior atraso é o que prevê envio de verba diretamente da União para colégios municipais e estaduais para compra de materiais, reformas ou para projetos pedagógicos. O Programa Dinheiro Direto na Escola só repassou a metade dos R$ 936 milhões, previstos para este ano e não há previsão para o pagamento do restante.
O repasse do Programa Salário Educação, onde a União recolhe 2,5% do que é pago pelas empresas a seus funcionários e repassa para Estados e prefeituras investirem no ensino básico público, era feito até o dia 20 de cada mês. Em2014 atrasou de 10 a 15 dias.
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios há demora da União para transferir sua parte no Fundeb – que obriga o governo federal a destinar verbas para estados e municípios que não atinjam o valor mínimo de recursos por aluno da rede pública (R$ 2.300 por ano por estudante). “Municípios e escolas mais pobres são os que mais precisam do dinheiro federal”, disse o presidente da confederação, Paulo Ziulkoski. “Em meio a tudo isso, as escolas têm de se virar, fazer festinha para arrecadar dinheiro”.
Enquanto os atrasos para as instituições públicas de ensino ocorrem em todos os níveis, para a iniciativa privada, as coisas estão diferentes.

Na terça-feira (16), a Câmara aprovou repasse de R$ 5,4 bilhões para as instituições privadas por meio do crédito estudantil, Fies.
                                                                                                                                                Jornal Hora do Povo - SP